Gênero: Ação
Jogabilidade: Ótima
Idade mínima recomendada: 14 anos
História: Se um apocalipse zumbi realmente acontecesse, o que você faria? Arranjaria uma escopeta, uma jaqueta da S.T.A.R.S. e bancaria o herói? Dificilmente. Por mais que a ficção tenha nos mostrado os mortos-vivos de infinitas formas, o que realmente aconteceria caso os cadáveres começassem a se levantar seria a completa destruição da nossa noção de sociedade e daquilo que nos faz sermos humanos.
Essa é a grande sacada de uma boa história de zumbis. As possibilidades narrativas são imensas, principalmente quando a história mostra que os devoradores de cérebros nada mais são do que um simples agente externo e que os verdadeiros monstros são as próprias pessoas. É esse tipo de discussão que enriquece o tema e fez com que obras como os filmes de George Romero e os quadrinhos de Robert Kirkman conquistassem tanta gente. Para nossa sorte, é exatamente esse mesmo clima imersivo que temos no terceiro capítulo de The Walking Dead. Os episódios anteriores já mostraram como o retorno dos mortos fez com que o mundo ao seu redor enlouquecesse, mas é em Long Road Ahead que vemos que nem mesmo nós estamos livres de nos tornarmos os monstros que tanto tememos.
Tenso e intenso
Tentei, por muito tempo, encontrar uma palavra que resumisse todos os acontecimentos do novo capítulo de The Walking Dead, mas praticamente todas elas eram interjeições de surpresa e entusiasmo que não posso reproduzir aqui. Tudo isso porque, a cada instante, você é colocado diante de uma situação em que não há certo ou errado ou bom ou mau. O mundo como conhecemos já se foi e, com ele, essa dualidade.
O que isso significa dentro da trama? A todo momento, Lee precisa tomar uma decisão que vai definir todo o futuro de seu grupo, incluindo o da pequena Clementine. Se os episódios anteriores já mostravam que suas respostas iam mudar a forma com que os demais personagens se relacionariam com o protagonista, em Long Road Ahead é o destino deles — e o seu — que está em jogo.
É por conta disso que o clima de tensão está presente a todo momento. Não apenas pelo fato de os zumbis estarem à solta, mas porque você nunca sabe como seus companheiros irão reagir a toda a pressão desse novo mundo, o que faz com que as coisas virem de cabeça para baixo com uma velocidade incrível.
Ainda que a história seja relativamente curta, ela é muito bem contada, de modo que você realmente sente-se preso àquele universo e tenta pensar e responder como Lee em praticamente todos os momentos. Se você já se surpreendeu com as histórias em quadrinhos ou com a série de The Walking Dead, saiba que o novo capítulo não deixa nada a desejar na hora de te deixar sem fôlego.
O destino em suas mãos
Já antecipei esse ponto no tópico anterior, mas vale a pena retomá-lo. Ao contrário do que acontecia nos capítulos anteriores, Long Road Ahead realmente passa impressão de que o destino dos personagens depende de você e de suas escolhas. Não se tratam mais de questões como simpatia entre a família de Kenny e Lee, mas se você deve ou não decretar a morte de alguém. Depois de toda a bagunça no final do episódio anterior, é de se imaginar que a união de seu grupo está abalada e que a permanência — ou a sobrevivência — daqueles que restaram vai depender somente daquilo que você responder ao longo dos diversos diálogos existentes.
Isso interfere diretamente tanto na narrativa — já que você tem um leque maior de “realidades alternativas” disponíveis para seguir na história — quanto na própria experiência. A responsabilidade dada ao jogador é imensa e serve como uma forma de brincar com qual seria a reação de quem segura o controle caso aquela situação fosse real.
Nota: 9,5
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