Resident Evil: Operation Raccoon City
Esqueça Leon Kennedy, Chris Redfield ou qualquer outro personagem de Resident Evil: a grande protagonista da série sempre foi Raccoon City. Mesmo com a cidade sendo posta de lado a partir do quarto jogo, ela continua sendo constantemente referenciada no enredo e lembrada pelos fãs como um dos locais mais marcantes de toda a história dos video games.
Ouvindo os apelos saudosistas dos jogadores, a Capcom decidiu trazer o distrito novamente à franquia para que os jogadores possam matar a saudade. Se você sentiu falta das ruas escuras e infestadas de zumbis, pode começar a comemorar, afinal, Resident Evil: Operation Raccoon City é o retorno ao local em que toda a tragédia começou.
Mas essa nova visita também possui um motivo especial. Isso porque o título traz uma nova perspectiva sobre os acontecimentos clássicos da cidade e apresenta detalhes que até então nunca tinham sido revelados sobre o incidente que originou a invasão de mortos-vivos que todos conhecem. Se até agora sabíamos apenas que havia membros da S.T.A.R.S. tentando sobreviver àquele apocalipse, o próximo lançamento promete nos mostrar o que ocorreu nos bastidores da operação.
Caça ao herói
Lembra-se de quando Leon chegava a Raccoon City, no início de Resident Evil 2? Se, naquele momento, ele não tinha ideia do que iria encontrar pela frente, outro grupo já sabia que a situação era anormal e que medidas drásticas precisavam ser tomadas. Enquanto o herói chega com sua caminhonete à cidade dos zumbis, um time de agentes da Umbrella sobrevoava a região em busca de um único alvo: Leon Kennedy.
Ainda que os motivos para essa caçada não tenham sido revelados – e nem devem ser até o lançamento do game –, podemos imaginar que há algo muito grande envolvendo o policial e a corporação. Não somente pelo fato de sua cabeça estar a prêmio, mas também por um esquadrão especial do exército ter sido enviado para proteger o protagonista. E você sempre achou que toda a situação poderia ser resumida em uma delegacia...
O velho, o novo e os mortosA grande novidade de Resident Evil: Operation Raccoon City é que ele não foi desenvolvido pela Capcom, mas pela Slant Six Games, estúdio responsável pela série SOCOM. Ainda que a mistura pareça não combinar, ela permitiu uma nova abordagem sobre a jogabilidade da franquia, deixando-a mais próxima de um shooter.
Mesmo que isto signifique abandonar algumas das características de sobrevivência que sempre acompanharam a história dos zumbis, a abordagem de uma nova produtora tornou a jogabilidade mais dinâmica – o que pode ser sentido na própria movimentação dos personagens. A diferença mais visível, por exemplo, é que agora é possível correr e atirar ao mesmo tempo.
Os próprios comandos foram adaptados a fim de se ajustar à nova mecânica. A ação mais ágil obrigou que o controle fosse alterado de modo semelhante, algo que deve ser percebido logo de início pelos fãs de Resident Evil. Outra adição é um sistema de cobertura em que outros personagens o ajudam na hora de avançar pelo cenário.
Além disso, você não precisa mais se preocupar tanto em economizar munição na hora de enfrentar uma horda de mortos-vivos. Como estamos falando de um grupo de agentes especiais da Umbrella Security Service, podemos esperar equipamentos de última geração e armas capazes de eliminar dezenas de inimigos em questão de segundos. Se você espera algo assim, a Slant Six não o decepcionou.
Na demonstração disponível no Captivate 2011, evento realizado pela Capcom para promover seus próximos lançamentos, era possível conferir o quão profissionais são esses novos soldados. O site G4TV, por exemplo, afirmou que só os rifles de combate possuem mais de 400 cartuchos extras, o que deve dar mais liberdade na hora de agir.
Outro ponto que comprova a competência do grupo é o fato de ele ser composto por apenas quatro pessoas em vez de um batalhão inteiro. Como cada uma delas possui uma habilidade específica, o trabalho em equipe se mostra uma maneira eficiente de avançar na caçada a Leon e no combate aos zumbis de Raccoon City.
Beltway, por exemplo, é o especialista em armamento pesado. Enquanto os demais atacam com armas comuns e de pequeno porte, ele prefere equipamentos maiores e capazes de causar estragos significativos até mesmo em Hunters e Tyrants. Além dele, temos Bertha, uma médica que ajuda no suporte, e Vector, um agente mestre em localização.
Todavia, o grande destaque está em Spectre, afinal ele é o personagem com mais traços herdados da Slant Six. Suas perícias parecem ter sido retiradas diretamente da série SOCOM, como a capacidade de se tornar invisível ou a de assumir a forma de outros personagens em meio à campanha.
Sendo assim, sua sobrevivência só é possível caso as características de cada soldado sejam levadas em consideração. Isso deixa claro que há também um foco muito grande na cooperação, de modo semelhante ao que já acontecia em Resident Evil 5. Em um dos momentos da demonstração testada pelo G4TV, por exemplo, era preciso que os jogadores permanecessem unidos para enfrentar o exército de mortos-vivos que se aproximava. Ao chegar ao fim do percurso, todos eram premiados com várias ervas e um grande pacote de novas armas e munições.
Três facções, três objetivos
Se você acompanhou as várias notícias relacionadas a Operation Raccoon City, certamente deve saber que o grande destaque do título está no multiplayer. A diferença é que agora há uma modalidade voltada especialmente para a competição de times e não apenas à cooperação.
Como dito anteriormente, toda a ação deste game ocorre com a chegada da Umbrella Security Service na tentativa de matar Leon. Porém, ao mesmo tempo, um esquadrão do exército vai à cidade para salvar o policial dos assassinos. É num desses lados que o jogador deve se posicionar.
Embora os membros desse grupo especial não tenham nomes como sua contraparte, eles são igualmente eficazes nas partidas online. Graças à experiência em batalhas, temos momentos épicos de trocas de tiros, mas sem tornar Resident Evil um jogo de guerra. Mesmo com uma jogabilidade mais dinâmica, ainda é um game de zumbis.
Prova disso é que os mortos-vivos também estão presentes em meio a esse fogo cruzado – e são considerados a terceira facção das partidas online. Enquanto Umbrella e Exército se enfrentam, os devoradores de cérebros caminham pelas ruas da devastada Raccoon City e são fundamentais na estratégia de combate.
Já imaginou como seria horrível ter seu inimigo à sua frente e defuntos caminhando em sua direção pela retaguarda? Saber criar esse tipo de situação é uma das formas mais eficazes de eliminar o grupo rival sem ter de gastar muita munição ou perder algum aliado.
Além disso, há um sistema de hemorragia que deixa essa questão tática ainda mais evidente. Caso seu personagem seja atingido várias vezes, ele pode simplesmente começar a sangrar, o que chama a atenção dos zumbis e faz com que eles fiquem ainda mais nervosos, violentos e incontroláveis. Essa é apenas uma das maneiras de transformar esse terceiro time em uma arma contra seus adversários.
Porém, graças à fragilidade dos infectados pelo Vírus-T diante dos equipamentos militares, eles quase nem são considerados uma ameaça. Mesmo com a violência na presença de sangue, basta um tiro na cabeça para acabar com seus problemas por um breve período de tempo. Isso até a chegada das armas bio-orgânicas.
Se os zumbis comuns são fracos e não demonstram perigo, o mesmo não pode ser dito dos Hunters e Tyrants, que eventualmente aparecem pelas ruas de Raccoon City. Ainda que estes tenham sido vistos apenas nos trailers, os primeiros deram as caras na demonstração e, segundo o G4TV, estão ainda mais resistentes e mortais do que nos Resident Evil anteriores. É preciso muito esforço para acabar com um, o que pode ser fatal para sua munição ou durante um ataque inimigo. Além disso, o produtor do jogo, Masachika Kawata, afirmou que outras criaturas devem ser anunciadas em breve.
Resident Evil: Operation Raccoon City chega ao PlayStation 3, Xbox 360 e PC no final do ano. Uma data específica ainda não foi divulgada.