Gênero: Corrida
Jogabilidade: Bom
Idade mínima recomendada: 8 anos
História: Alguns jogos de video game, mesmo representando uma ficção, tratam com algum respeito as leis que condicionam o mundo do lado de fora da magia gráfica dos consoles. É só se lembrar de jogos como Gran Turismo, Forza Motorspot e tantos outros que infundem bastante seriedade na ideia da simulação — excluindo-se, talvez, os famigerados flashbacks que têm se tornado cada vez mais populares... Enfim.
Mas também há a outra ponta do espectro: jogos que abraçam completamente as possibilidades irreais permitidas por um game e, deliberadamente, chutam as partes pudendas de Isaac Newton e Cia. Desnecessário dizer que é exatamente esse o caso de nail’d, um jogo que se parece mais com uma montanha-russa sem trilhos do que com uma competição off-road típica.
Só que, justiça seja feita, não se trata de uma ideia propriamente original. Na verdade, a desenvolvedora Techland bebe da mesma fonte que alimentava a leva de jogos baseados mais em doses maciças de adrenalina do que nas leis da física — basta se lembrar das cabines extremamente disputadas de Offroad Thunder.
O problema é que esse ideal de velocidade descomplicada e de ação vertiginosa já anda fora de moda há algum tempo, o que, por si só, já colocaria nail’d em um nicho bastante restrito, composto sobretudo por saudosistas e, quem sabe, um ou outro jogador casual. Isso se a matriz original dos anos 80 e 90 fosse realmente respeitada, o que nem sempre é verdade aqui.
Entre os belos cenários, velocidade extrema e propensão para quedas livres, nail’d não deixa de se equivocar no tratamento que normalmente envolve um bom jogo de arcade offroad. Praticamente não há rotas alternativas, as mecânicas exageradamente fáceis tornam a experiência um tanto maçante após algumas poucas horas de jogo e, como se não bastasse, o seu veículo — uma moto ou um quadriciclo — tem o péssimo costume de explodir sem motivo aparente. Vamos aos detalhes. Se existe um ponto em que nail’d realmente obteve sucesso foi na capacidade de provocar vertigens e frios na barriga. É realmente o extremo do arcade: saltos gigantescos, velocidade insana e uma topografia tão acidentada que faria os Cárpatos parecerem quase uma planície — com algum exagero, talvez.
E essa experiência se torna ainda mais insana com o modificador “Boost Madness”, que libera uma carga infinita de nitro, tornando os seus movimentos quase aleatórios — tente acertar a direção da próxima curva se puder!
Mas o ponto alto aqui são realmente os saltos. Sem exagero, algumas pistas são percorridas mais pelo ar do que por terra. Até porque, o desapego de nail’d com as leis da física permite deturpações como a que permite o funcionamento do guidão mesmo quando se está em queda livre, mais ou menos como o princípio que fazia com que Sonic e Mario mudassem de direção mesmo durante um pulo. Enfim, é impossível não deixar sair uma boa dose de stress com isso.
Nota: 8,0
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