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sábado, 23 de janeiro de 2010

WII - Silent Hill: Shattered Memories


Plataforma: WII
Gênero: Terror
Jogabilidade: Ótimo
Idade mínima recomendada: 18 anos
História: Game resgata a essência da franquia e faz bom uso dos recursos do Wii.
Fãs do gênero survival horror provavelmente já devem ter ouvido falar de uma das séries mais espetaculares da história dos video games: Silent Hill. Desde sua estreia, no saudoso PlayStation, o game vem conquistando diversos jogadores, graças a sua atmosfera obscura e o intenso terror psicológico — fator que caracteriza a franquia. Antes de Silent Hill, boa parte dos jogos ofereciam apenas sustos e monstrengos horrendos. Mas, com a chegada da série, o mundo dos games começou a realmente mexer com a cabeça do jogador.Felizmente, diversas sequencias foram lançadas, prolongando a vida do game da Konami. Com o passar do tempo, alguns títulos que chegavam sob o título de Silent Hill já não contavam mais com toda a essência que caracterizou a franquia, migrando para uma fórmula focada na ação. Um bom exemplo é o próprio Silent Hill: Homecoming, lançado para PC, PlayStation 3 e Xbox 360, que conta com um sistema de combates muito diferente dos antecessores, permitindo ao jogador acabar facilmente com as criaturas que compunham o game. Mesmo não sendo um jogo ruim — muito pelo contrário — alguns fãs ficaram decepcionados pelo novo rumo tomado.Mas, quando a Konami anunciou Silent Hill: Shattered Memories, os aficionados sorriram novamente. Por quê? Trata-se de uma releitura do primeiro jogo da série. E, tratando do primeiro jogo da série, dificilmente teríamos um game que passasse batido. O Baixaki Jogos conferiu de perto o universo de Silent Hill, desta vez no Nintendo Wii. E, certamente, podemos afirmar: o terror psicológico está mais forte do que nunca.O mesmo jogo? Não exatamenteBem, tratando de uma releitura, você provavelmente deve estar imaginando que Shattered Memories é um remake do primeiro jogo. Ou seja, os mesmos ambientes, o mesmo caminho e as mesmas criaturas. Mas esta não é a verdade. Com certeza, uma versão assim seria muito bem-vinda, mas no Wii as coisas vão muito além. Sim, você encontrará a policial Cybil Bennett no game, assim como Cheryl, a filha do protagonista, Harry Mason. Mas, então, qual é a diferença? Logo quando o jogador inicia o game, percebe que a Clímax, desenvolvedora do título, não está para brincadeira. Após uma apresentação muito bacana, através de uma espécie de menu em vídeo, o jogador é introduzido a uma sessão com um psicólogo.Nesta parte, você deve responder algumas das perguntas. As respostas influenciarão diretamente na maneira de como o game se comportará. Basicamente, dependendo de suas escolhas, você terá uma Cybil nervosa e durona, ou, em outros casos, uma policial tranquila e amigável. Tudo depende de você. Em poucas palavras: o game se molda de acordo com sua personalidade.Mas, fora isto, a estrutura da trama é basicamente a mesma. Harry está passeando de carro até sofrer um acidente que o deixa desacordado. Ao retomar a consciência, o protagonista nota que sua pequena Cheryl simplesmente sumiu. A partir daí, começa uma busca que parece nunca terminar, que pode ser traduzida num verdadeiro terror psicológico. Sem dúvidas, esta relação jogador/jogo colabora muito para a experiência e merece ser exaltada como um dos pontos positivos do título. Felizmente, a interação não para por aí. Graças às funcionalidades do Wii, o game consegue criar uma atmosfera ainda mais cativante. O Wii Remote é utilizado de maneira exemplar. Shattered Memories abusa do alto-falante do periférico e também faz com que o jogador sinta-se como se realmente estivesse segurando uma lanterna — acessório vital para Harry durante todo o jogo. Muitos dos puzzles também devem ser resolvidos com a ajuda do controle.Como você já deve saber o título não conta com qualquer combate. A Clímax resolveu removê-los completamente, algo inédito para a franquia. Anteriormente, tínhamos a chance de nos defender com armas precárias, como canos e pedaços de madeira. Em alguns casos, o jogador contava até com armas de fogo. Desta vez, a única opção é fugir. Isto, sem dúvidas, traz momentos interessantes, mas fãs sentirão falta das habilidades precárias de combate dos personagens — lutar em Silent Hill sempre foi terrível, e isto sempre foi considerado como algo bom.Em suma, o jogo divide-se em duas partes, que são delimitadas por dimensões distintas. Em uma delas, o jogador explora, resolve quebra-cabeças e utiliza seu celular para realizar ligações e verificar mensagens. Na outra, a mais bizarra, o gamer entra no “modo fuga”, o qual envolve as já mencionadas perseguições. Silent Hill: Shattered Memories retrata, sem dúvidas, boa parte da essência da franquia, focando na exploração e nos momentos tensos. O fato de seu perfil psicológico ser utilizado para a criação dos elementos do game faz com que o título se torna ainda mais cativante. Mesmo com alguns deslizes, o jogo é indicado para quem já conhece ou deseja conhecer a perturbadora cidade de Silent Hill.
AprovadoDo que nós gostamos
Definitivamente, Silent HillAo bater o olho no jogo, é impossível não reconhecer que estamos nos deparando com um game da série Silent Hill. Tudo está devidamente retratado de acordo com as características da franquia. A atmosfera é inegável, com gráficos recheados de filtros granulados e uma visibilidade baixa — não temos neblina, mas uma densa nevasca que abrange todo o ambiente.Um dos fatores mais marcantes de toda franquia é a interferência causada pelas forças negativas em aparelhos eletrônicos. Você provavelmente deve se lembrar dos ruídos estáticos que surgiam no rádio e nos celulares quando algo ruim estava por perto. Em Shattered Memories, tudo isto está de volta, mas de maneira muito mais magistral. A Climax soube aproveitar os recursos do Wii e resolveu transformar o Wii Remote no emissor de sinais sombrios. Através do alto-falante do periférico, você ouve os ruídos que, normalmente, só surgiriam pelo som de sua TV, tornando a experiência muito mais sutil. Mas, o mais interessante é como o jogador ouve as conversas e mensagens pelo telefone. Você deve simplesmente posicionar o Wii Mote como se ele fosse um telefone móvel, utilizando o alto-falante do acessório para a escuta. Parece, realmente, que estamos dentro de Silent Hill, e isto é excelente.Honrando o termo “Terror Piscológico”A série sempre foi diretamente relacionada ao termo citado no título. Em Shattered Memories, a franquia supera seus limites, graças, novamente, à criatividade da desenvolvedora. Não há como negar que um dos fatores mais bacanas do game é a interação entre o jogador e o próprio jogo. Conforme mencionamos, seu perfil psicológico é utilizado como base no game, o que cria uma experiência intimamente assustadora.Suas respostas darão origem a criaturas de diversos formatos diferentes. Mas, além disso, os ambientes e as pistas encontradas também variam conforme suas escolhas. Isto resulta em um título que pode ser jogado e revisitado várias vezes, pois as mudanças são simplesmente dramáticas. O bacana é que o game consegue realizar está interação sem parecer algo forçado. Você jamais responde os testes como uma obrigação, pois a conexão das etapas é realizada de maneira muito inteligente e completamente convincente. Algo diferente, inovador e muito bem-vindo. Para se ter ideia do quão fantástico é esta interação, em uma das partes do game o jogador deve pintar diversos elementos de um desenho durante um teste psicológico que visa retratar como era o lar do protagonista. Logo depois de completado, o jogo retorna para sua posição anterior, na qual o jogador acaba de encontrar sua suposta casa. O resultado? Os objetos que compõem o cenário estão da mesma cor do desenho. Perfeito para o WiiConforme mencionamos, Shattered Memories soube aproveitar muito bem os recursos do console no qual aporta, o Nintendo Wii. O Wii Mote é utilizado como lanterna durante o game, mas também serve para afastar os inimigos — através de umas boas sacudidas — e para ouvir os ruídos estáticos. Mas, a grande sacada da desenvolvedora está no Wii Mote-Celular. O modo de como o jogador controla o celular em jogo é algo realmente bacana. Além de ouvir conversas, o gamer tem a chance de utilizar o objeto como GPS — podendo até mesmo desenhar suas rotas. Outra função interessante é a da câmera, que permite ao gamer encontrar fantasmas misteriosos capazes de fornecer dicas extremamente importantes.
Nota: 9,7

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